... que dizer se estou triste... estranha subtileza que não diz de onde vem...
... que dizer deste pasmo, marasmo... quando toda eu sou asa e me falta espaço...
... saudade é uma perfeita mágica e dolorosa encruzilhada...
Não sou daqui... daqui, digo, deste tempo, lugar e nome... tiro a mordaça e sou só um pássaro...
... por dentro de mim há um labirinto... que vou descobrindo desde que me disse: Nascí!
... e à nascença, deram-me este invólucro... para que se esconda esta que sou... e esta que sou, rompe as amarras, rasga caixilhos... e vive liberta... sem olhos de terra...
... se em toque de magia, luta ou leveza, se transformasse este corpo que me habita, em onda espraiada... então por fim descansaria...
... dolorosamente abre-se em mim uma estrada, que no odor do meu corpo se espanta concha de silêncio, engolindo trevas no suor do tempo e dos astros, me confundo toda eu num respirar de versos e guelras marítimas raízes...
... solta e nua, sou esta força de braços aflitos, rosa dos ventos fluida e dispersa nas velas dos barcos...
Devassada e nua, sou esta, na margem das lágrimas, vestindo a vida de asas...
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