12 de janeiro de 2013

Chuva


O dia amanheceu a chorar...
Não sei porque chora...
Mas é um choro, cor de chumbo...
Como os dia na ilha,
Que nos sufoca, o ar que se abate,
O peso do céu, por cima de nós...
O longe ficando mais longe...
Transportando por dentro um gosto de solidão,
Desoladamente...
Embrulho-me neste xaile, de palavras,
Deixando só que saiam sentidas,
D'um lugar dentro de mim,
Que não tem nome que se escreve,
Chora este céu!
Um choro perdido...
Derretendo a neve...
O encanto da branquidão...
Enquanto por dentro, deixo transmudar-se,
Em ampulheta o meu coração...
As horas contam-se...
Por vezes pequenas...
Por vezes grandes...
Ou são ondas largas...
Ou contas contadas...
E a casa da vida...
Roda no ar...
E deixo que o choro,
Deste céu que chora,
Encontre em mim,
O seu lugar
E o que em mim é ave ou asa...
Tornou-se... saudade... lágrima...
Casa!!!

London, ON


10 de janeiro de 2013

A teia que me amarra...


Mais um braço de teia que se estende... se desprende...
Me desamarra e amarra...
E o fio da teia é luz... que ilumina e me ata e desata...
Mais um dia, que se faz menos e mais...
E entorta o sentir... que a saudade...
É como asa... borboleta... gaivota... ou pardal...
E na teia que me prende... vou criando laços...
Que solto e ato...
Porque viver... como pássaro... ou ave... ou "coisa que voa"...
É demais!!!!
(Solto a corrente do tempo, que no meu peito ecoa!)