23 de agosto de 2011

"Ao sabor das minhas marés"!


...Os meus sonhos ás vezes sonham ser ondas...
Sei o que digo... porque as palavras sabem a linguagem dos peixes...
E nasci olhando um ilhéu, a minha voz ficou presa, nas pegadas da areia...
Tenho dentro de mim, o sotaque do mar...
E amanheço, porque as gaivotas espalham o seu canto...
E "por vezes" alcançam a lua!...
E sou uma nuvem desfiada,
E acrescento-me em cada maré cheia...
Tacteio a terra até ser rocha...
Tacteio o tempo até ser água...
Inexplicávelmente ás vezes sou nenúfar (mas não me perguntem porquê)...
No rosto a água de sal...
Sal que se torna despedida...
E em dois azuis me misturo...
Mar inteiro...
Céu sem fim!
E o tempo pára, no espanto das memórias!...

(Não era eu, feita pássaro... mas a ilha que voava)!...


12 de agosto de 2011

As marés que tinha não chegavam...

"...As marés que tinha não chegavam... a linguagem das ondas, era outra, a vida passava de repente...ou por vezes tão lenta como o sol a morrer no mar...
Havia dores antigas… Lembranças de dores sem nome...
Soletro outro idioma... Reconheço-me?
Não reconheço?! Sou eu mesma?!
Perdi as graças do mar... que me trazia os silêncios do mundo...
Não sei fazer mais nada... do que cultivar letrinhas para nascerem palavras... perco-as por vezes...
(Mas no que é perdido, ainda podemos renascer)!
Uma "jovem-menina", que sempre se pensou marinheira, e que vira do avesso o coração!
(Mas eu sei que o mar não me esqueceu... volta sempre a estas praias... onde recebo a ilha na mudança dos ventos!)
E vai encontrando de mim... quem pelas palavras me procura!
Pelos ventos me transporta...
Pelo sorriso me guarda... Pela saudade me lembra!
E deixo-vos à porta das minhas palavras as vossas lembranças... ilusões e memórias!” :-)


11 de agosto de 2011

Pelos teus anos... António Azevedo.

O que as palavras não dizem, porque, por vezes são poucas...
O que gostávamos de transmitir, e não sabemos...(ou por isto...ou por aquilo...)...
O que eu queria dizer-te, meu amigo, meu irmão...
É que este dia atravesse a tua vida num sorriso, repleto de "sabores bons",
Palavras sinceras, olhares de ternura...
O que eu quero dizer-te é :
Parabéns..!
E que pena temos de não estar perto...
Mas há este Oceano pelo meio... Tão liquido!
Como os "rios que se soltam dos olhos ", pela palavra, saudade!
Dos manos (da Beira-Alta) e sobrinha Maria Ana!
(Como te queremos bem!)
Abraços como lonjurassssssssssssssss!

6 de agosto de 2011

Cruzetas de lava

Deixo cair da terra escura que me criou, um amuleto e um verso...
No infinito que me desprendo... podereis ver, o que sou,
Lembrar de mim, o que faltou...
O que quiz ser... e não deu...
Menina das ilhas que era eu... com um sol sempre a espreitar atrás de um ilhéu...
Um choro de garajau... que o tempo escondeu...!
Agora...
Sentem-se comigo à beira-rio... à beira-mar...
As ondas são dunas liquidas... sem fim, e o rio cumpre-se devagarinho...
Que sabe o céu de que verdade vivemos?
De que, em verdade vivemos?
Mas à noite "quando tudo se esconde"...
E pensamos que toda a luz morre...
Que palavras murmuramos e escondemos?
Num rasto de verdade e não de invenção
Brilha na noite a resistência da vida...
E as lembranças, soltando-se como fios de um eterno novelo de algodão...!