31 de março de 2012

Em jeito de despedir...


 31/03/2012   8:45
Bebo o meu pingado no “Lava Preta” sito nos Biscoitos!
Queimo os últimos cartuchos, e tenho o coração aberto à partida,
Encharquei-me de mar e sal…
E volto à minha fria e inóspita terra que me acolheu!
Mas o que sinto neste momento é que:
Vou para casa”
Volto pra casa!
Pertencerei aqui, como as aves migratórias,
Mas o meu poiso definiu a sua morada…
E volto como uma menina ao colo de quem me ama,
Com um abraço embalado de saudade.
“Engraçado” o tempo de descobrir!
Esta já não é mais a minha dimensão,
Meu coração fez-se Beirão…!


19 de março de 2012

Por dentro dos Sentidos


(Ao antigo Grupo Coral da Conceição;
Ao meu companheiro, que faz dos meus sonhos verdades;
Aos meus primos, a família que me resta;
A vós, amigos, a restante família que adoptei mesmo que não quisessem!)

Se a saudade falasse e contasse,
Faria de novo um Coro,
E na voz trocada, feita Querubim,
Traria lembranças, saídas de mim!
Mas parado ficou, meu coração,
Tocado de orvalho, em bruma guardado,
Com cheiro de amora, gosto de Alfenim!
E nada murchou… Num tempo sem fim!
E pedi ao tempo:
“Não faças barulho”!
Mas o tempo passou, agarrou-me revolto,
Por vezes alegre, por vezes injusto…
E deixou-me ancorada… Num lugar sem nome,
Poisada nele…Num enternecer, de nunca esquecer…
Mas agora, eu sei! E riu baixinho,
Pois, que o tempo não sabe, de amizade, ou amor…
O tempo não sabe, nunca amou ninguém!
Que a saudade é o tempo de só existir,
Quando muito se quer, ou se lembra d’alguém,
E ter saudade, não é viver no passado!
Mas só ter vivas recordações,
Saber de vós… De cada um…
Nunca vos perdi! Hoje encontrei-vos…
E é uma alegria, que de tão alegre, até me dói,
Mas que me encanta, me deslumbra e me constrói,
E no regresso, levarei na mala,
A mesma saudade, com a simplicidade,
De não saber nada!
E por todos vós, os que estão e não estão,
No coração, um laço, apertado em nó!
E esta lembrança, que se fez alento,
E fará os dias, que terá o meu tempo!

19/03/2012  Mª José de Azevedo Ferreira
”Menina-de-trás-das-Hortas”



16 de março de 2012

Voando por cima das nuvens



 16/03/2012   8:45, hora de Lisboa


Mil pensamentos esvoaçam,
Olho a asa que voa e não voa…
Parada a nuvem ao lado… voadora!
A que se esbate ao fundo.
O zumbido contínuo
Que tento isolar,
É que me dá a sensação de estar a voar…
E vou encurtando
Por dentro o tempo, com diferentes horas no pensamento!
Estas são horas, que duraram meses,
Acordando… dormindo… progredindo!
À minha frente,
Uma tela mostra um mar e golfinhos,
Espuma e brilhos
Em louca cegueira
E de quando em vez… um buraco no céu…
Uma tremedeira!
Neste voo que faço
Em que trago cansaço,
Mas com este traço, entre a ilha e mim…
Cresce, cresce sem fim ou sem fundo,
A caminho “d’outro mundo”!


Vão dar-me chá… e digo:
“Até já!”