31 de maio de 2010

Raizes de mim!

Se a saudade fosse coisa...
e não fosse coisa bela,
sem ser coisa percebida, seria assim, de tão bela?
Na memória, molha-me a história,
ficando eu maresia,
longos braços... dedos d'água...
toque de verde... pasto... trigo...
mar chão, lua clara,
desfeita espuma na areia,
ao lado de mim poisada,
esta ilha... a vida inteira!
Apoderou-se de mim,
em água de sal marcada,
por detrás do meu olhar, tocada de leve... intocável,
minh'alma de marear...
Terra... ilha, meu torrão...
meu berço, casa, guarida...
minha marca a ferro, fogo gravada,
ontem, hoje... muitos dias,
Toda a vida!


28 de maio de 2010


E pertenço á ilha... sinto o perfume dos tons... os cheiros do ar...
Sei que as ondas tem o linguajar dos países... escuto a conversa dos búzios... o silêncio táctil das conchas...
Não procuro a razão desta pertença, quero só o feitiço de pertencer-lhe!

Confabulando

Ó minha vida entornada... meus olhos de marear... meu coração sobre o mar!
Quero ser pássaro no verde, num sono que em ilha me afogue... consciente e repousada... leve, lisa... asa pousada... onda leve sobre a água...
Circulando em maré-cheia... segredos urdidos na veia...!

Hoje estou cansada de pendurar estrelas no céu... vou tecer uma teia de silêncio com gotas de azul e mar... e encontrar o lugar d'o sossego não ter fim...
Quem derramou no chão a voz de "ser poeta", do pouco que há em mim?!...


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