17 de abril de 2013


Há horas que se encurtam,
E me fazem inteira,
Há cheiros do tempo,
Que me ensinam silêncios,
Há luz que sorri ,    corada,
Entrelaçada na cor da palavra,
E há memórias,
E rostos,
E há águas e fontes,
Há céus e nuvens…
E estrelas cadentes,
Caindo na alma das gentes,
Como fogo pelos montes,
Há chegadas,
Partidas,
Nas estações que desembocam na vida!
E as minhas palavras, são só
Como orvalho,
Que não receia “nascer molhado”!


Hoje por terras do Alto Paiva



O poema é a palavra soletrada,
Iluminada....
O poema é o vento nos cabelos,
A urze no monte florindo...
E para além do monte: O mar ,
Na berma do meu caminho,
O poema é a palavra crescendo,
Dentro do que em nós nos transcende...
É a gota de orvalho,
A lua fora d'horas,
Poema é a palavra limpa,
Que alinho e desalinho,
Só porque nasce , sentindo... surgindo!