6 de agosto de 2011

Cruzetas de lava

Deixo cair da terra escura que me criou, um amuleto e um verso...
No infinito que me desprendo... podereis ver, o que sou,
Lembrar de mim, o que faltou...
O que quiz ser... e não deu...
Menina das ilhas que era eu... com um sol sempre a espreitar atrás de um ilhéu...
Um choro de garajau... que o tempo escondeu...!
Agora...
Sentem-se comigo à beira-rio... à beira-mar...
As ondas são dunas liquidas... sem fim, e o rio cumpre-se devagarinho...
Que sabe o céu de que verdade vivemos?
De que, em verdade vivemos?
Mas à noite "quando tudo se esconde"...
E pensamos que toda a luz morre...
Que palavras murmuramos e escondemos?
Num rasto de verdade e não de invenção
Brilha na noite a resistência da vida...
E as lembranças, soltando-se como fios de um eterno novelo de algodão...!

Sem comentários:

Enviar um comentário