I
Óh! Meu menino de mar e espuma enfeitadinho de trigo e laranjas…
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Natal era um frio que aquecia o coração
Quando do lado do ilhéu caía uma neblina gelada
E no pasto o bafo dos animais erguia nuvens na paisagem…
No armário da cozinha dormiam bolos de mel…
Natal era assim como o mar
Ia e vinha
Molhava-nos de ternura
Bordando nos gestos o mistério das coisas
Natal cordão umbilical do mundo…
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II
Natal é corola aberta que impertena
Desenho de amor contornando os gestos
Entre um Natal e outro
Uma ponte de esperança se poisa….
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III
Hoje o Natal será asa poisada
Pássaro de ternura que desperta
Rima aragem pulsando
Flor borboleta
.
Hoje Natal
É um silêncio convertido
Não fosse o Natal
Um reino d’outras águas…
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IV
Natal é provavelmente amor evidência
Menino nascendo
Alimentando-se de vida
Alegre? ou triste?
Natal
Certeza do que em nós se habitua
Mas que em ternura se rasga
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V
Natal
Invólucro de paz
Abrindo caminhos encharcando-nos
Natal dia de todos os dias
E assim nos desfazemos
Perante um menino
Como gotas ternas fluidas…
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VI
Tenho um natal de mar…
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A terra chora no cais
Pranto roxo lento lamento
E seus braços em arco e esperança
Deram o salto do fim do mundo…
Quando as mãos da terra
Se tornarem abraço espaço
E o seu choro sorriso subindo
A terra por um menino
Compreenderá tudo!
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